Saiba mais sobre o ceratocone e como o médico oftalmologista pode ajudar.
O ceratocone é uma doença que ocorre na córnea em que ela perde o seu formato original tornando-se mais curva e assumindo um formato cônico. Devido a formação desse cone que a doença recebeu o nome de ceratocone. Ele é uma doença rara que atinge cerca de 50 pessoas a cada 100 mil indivíduos.
Já entendemos que a doença ocorre na córnea, mas o que é a córnea?
A córnea é a primeira estrutura anterior do olho. Ela é um tecido transparente que forma a parte da frente do olho e se você encostar o dedo no meio do olho estará encostando na córnea (mas não encoste o dedo no olho...). A córnea possui função estrutural pois faz parte da manutenção do formato do globo ocular, mas também possui função óptica pois ela é a primeira lente do olho.
Sendo uma lente, a córnea participa da focalização da imagem no fundo do olho. Entenda o olho humano como uma câmera fotográfica. Em uma câmera, a imagem é formada no sensor de luz ou filme fotográfico e para que isso ocorra, ela possui uma ou mais lentes que ajustam o foco da imagem no sensor de luz. O olho funciona de forma semelhante. Nele, o sensor de luz é a retina e a imagem é focalizada nela através das duas lentes do olho, a córnea e o cristalino.
Já entendemos que a córnea é uma lente e que o ceratocone deforma essa lente. Sendo assim, quando a córnea possui o formato deformado pelo ceratocone a imagem formada na retina também será deformada e com perda de nitidez. Isso torna a visão difícil, sendo a qualidade de visão pior quanto mais avançado for o ceratocone. Sem qualidade de visão, atividades do dia-a-dia se tornam difíceis e isso pode prejudicar atividades profissionais e impedir a aprovação no exame do DETRAN para obter/renovar a CNH (carteira de motorista).
Classicamente o ceratocone é definido como uma doença de origem genética com componentes epigenéticos que atuam de forma a agravar a doença quando presentes. Sendo os principais elementos que contribuem para p desenvolvimento do ceratocone:
- Córnea fina.
- Colágeno corneano frouxo.
- Coçar os olhos.
A córnea idealmente deve possuir espessura entre 520-540 micrômetros. Sendo ela um elemento estrutural na manutenção do formato do olho, entende-se que quando a córnea é mais fina, ela consequentemente será mais fraca e com maior chance de se abaular formando o ceratocone.
A córnea é formada por cinco camadas. No centro delas está o Estroma que é a camada mais espessa. Ele é o que mais contribui para a resistência estrutural da córnea. Porém, no ceratocone, o estroma possui poucas ligações covalentes entre as moléculas de colágeno, tornado a córnea mais propensa a desenvolver o ceratocone.
Quando a córnea é continuamente deformada com o coçar os olhos, isso promove que a sua estrutura seja progressivamente alterada e assim ocorre o desenvolvimento do ceratocone.
O diagnóstico do ceratocone inicia quando o médico oftalmologista ouve com atenção as queixas do paciente. Com essas informações, ele já estabelece que o ceratocone é uma das principais hipóteses diagnósticas.
O médico fortalece a sua hipótese inicial de ceratocone ao observar que o paciente apresenta baixa acuidade visual na refração, geralmente acompanhado de alto astigmatismo e reflexo em tesoura na esquiascoscopia.
Finalmente, o diagnóstico de ceratocone é definido com a associação de exames complementares como a paquimetria, topografia e tomografia corneana.
O ceratocone é uma doença que afeta a visão e possui potencial de evolução. Assim, ao tratar o ceratocone dois aspectos serão abordados simultaneamente. Primeiro, reabilitação visual que consiste em oferecer ao paciente a forma mais adequada de correção visual de acordo com o grau do seu ceratocone. Segundo, acompanhar a progressão do ceratocone e tomar medidas de controle para prevenir a sua evolução.
Sabendo que o estresse mecânico é um elemento que contribui significativamente para o desenvolvimento do ceratocone, coçar os olhos é algo proibido para o paciente com ceratocone. Não coçar os olho e o controle de alergias oculares faz parte do tratamento do ceratocone.
O uso de óculos sempre será cogitado como a primeira opção para melhorar a visão do paciente com ceratocone. Porém, o tipo de distorção óptica causada pelo ceratocone é mal corrigida pelos óculos e muitos pacientes necessitarão de outra opção para obter a melhor correção visual.
Quando os óculos não conseguem oferecer qualidade adequada de visão, o próximo passo são as lentes de contato. Existem muitos tipos de lentes de contato disponíveis e o médico oftalmologista irá avaliar cada caso para definir a melhor opção para cada paciente. No ceratocone, as lentes mais utilizadas são as lentes rígidas corneanas e as lentes esclerais.
O implante de anel intra-estromal, também conhecido como anel de Ferrara, é uma opção para a reabilitação visual no ceratocone. Ele consiste em um dispositivo que será implantado na córnea com objetivo de diminuir a sua irregularidade e assim melhorar a qualidade de visão do paciente.
O crosslinking corneano é um procedimento realizado na córnea que consiste na aplicação de riboflavina e ultravioleta com o objetivo de fortalecer as ligações covalentes das moléculas de colágeno da córnea. Fazendo isso, promove-se um endurecimento da córnea e a chance de progressão da doença reduz.
O transplante de córnea consiste na substituição de parte da córnea do paciente com ceratocone por parte da córnea de um doador sem ceratocone.
A lente de contato pode ser utilizada no tratamento do ceratocone. Ela oferece visão superior aos óculos para a maioria dos pacientes com ceratocone.
O crosslinking corneano tem como objetivo diminuir a progressão do ceratocone. Ele promove o fortalecimentos da ligações covalentes das moléculas de colágeno da córnea.
O implante de anel intra-estromal é uma opção de tratamento no ceratocone. Quando implantado na córnea, ele modifica a sua curvatura com o objetivo de diminuir a distorção visual causada pelo ceratocone.
A paquimetria é a medida da espessura da córnea. A espessura média de uma córnea saudável é de 520um. Em pacientes com ceratocone, a córnea geralmente possui espessura inferior a 500um. Os principais métodos para realizar a paquimetria são o método óptico e o ultrassônico. No primeiro, utiliza-se a luz para realizar a leitura da paquimetria e no segundo é utilizado uma onda sonora.
Obs. Em uma régua comum que temos em casa, cada tracinho equivale a 1,0mm. A espessura da córnea de 500um equivale a 0,5mm, ou seja, metade de cata tracinho de uma régua.
A topografia corneana faz um registro gráfico da curvatura anterior da córnea. Com ela é possível diferenciar se essa córnea possui astigmatismo, ceratocone, etc.
Apesar do nome parecido, tomografia corneana difere da topografia corneana. Na tomografia, a córnea é estudada pelo método de Scheimpflug em que se constroem mapas de elevação anterior e posterior usando esferas de referência. O estudo desses mapas permite acompanhar de forma precisa a evolução do ceratocone ao longo dos anos.
É difícil ao próprio indivíduo saber que possui ceratocone. Ele pode até imaginar que a dificuldade de visão que apresenta é causada pelo ceratocone, mas apenas a consulta com o médico oftalmologista aliada aos exames complementares irá definir o diagnóstico de ceratocone.
O ceratocone é uma doença com potencial de evoluir ao ponto da visão se tornar difícil para atividades do dia-a-dia, por exemplo, não conseguir renovar a carteira de motorista CNH. Assim, todo paciente com ceratocone deve manter o acompanhamento oftalmológico regular e realizar os devidos tratamentos para evitar a progressão da doença.
Por definição, o ceratocone é uma doença que afeta o paciente e assim ambos os olhos terão ceratocone. Porém, a doença pode ser assimétrica e um olho apresentar o ceratocone de forma mais avançada do que o outro.
O ceratocone possui um espectro amplo de efeitos sobre a visão. Algumas pessoas possuem o diagnóstico com impacto mínimo sobre a visão e outras, infelizmente, possuem a visão muito comprometida pela doença. A história de outra pessoa não deve gerar angústia sobre a sua doença. Cada paciente deve ser analisado, acompanhado e tratado de forma individual.
Não há indicação de realizar o crosslinking em todas as pessoas que possuem ceratocone. O médico oftalmologista irá avaliar cada caso antes de indicar o procedimento.
Há ampla evidência científica sobre a eficácia do crosslinking em retardar ou impedir a evolução do ceratocone. Porém, não há garantia de que não haverá evolução do ceratocone após a realização do procedimento.
Sim, e muitas vezes isso é o indicado. A pessoa pode intercalar o uso dos óculos aos períodos em que usa a lente de contato. É benéfico aos olhos usar os óculos para descansar os mesmos das lentes de contato.
A história familiar positiva é risco aumentado para que os filhos apresentem o ceratocone. Assim, é indicado que os filhos de pessoas com ceratocone mantenham acompanhamento oftalmológico regular para diagnóstico precoce da doença caso ela se apresente.
O ceratocone não é uma doença contagiosa. Assim, não existe possibilidade de uma pessoa que possui ceratocone passar a doença para outra pessoa.
Sim. O estresse mecânico de coçar os olhos é elemento importante no desenvolvimento e evolução do ceratocone. Assim, não coçar os olhos é a principal a prevençao do ceratocone.
Infelizmente sim. O ceratocone se desenvolve principalmente na infância e a adolescência.
Já sei que tenho ceratocone ou acho que tenho ceratocone e quero tratar, o que eu faço?
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